3 de março de 2009

Filme - Palavras de Amor

Quem já leu João da Cruz, provavelmente vai linkar as cenas mostradas no filme com a mística religiosa vivida e descrita pelo Santo em seus livros.

A menina Eliza que vive o papel principal, é dotada de um dom místico religioso, que seu pai é tentado a aguçálo através de conhecimento de doutrina religiosa mística.

Fica evidente no filme que a família se trata de uma família Católica Ortodoxia pois uma das cenas comuns é a oração do terço bizantino.

Crítica por Angélica Bito (
cineclick)

Sempre penso que as palavras perdem cada vez mais o significado. Dizer "eu te amo", por exemplo, não significa, necessariamente, que existe amor verdadeiro envolvido. Eu mesma, confesso, já me peguei dizendo coisas que não sinto. No entanto, como jornalista ...


... portanto, uma pessoa que valoriza as palavras tanto lidas quanto escritas -, acredito que a banalização na comunicação é algo irreversível. A existência de um filme como Palavras de Amor faz com que pensemos melhor nessa questão. Afinal, é isso que a produção dirigida por Scott McGehee e David Siegel (Até o Fim) faz: dá valor às palavras perdidas ao vento.Os acontecimentos de Palavras de Amor giram em torno da família Naumann. Saul (Richard Gere) é o pai, professor de Hebraico em uma faculdade. Apaixonado pelas palavras, enche-se de orgulho quando a filha de 11 anos, Eliza (Flora Cross), começa a ganhar campeonatos regionais de soletrar palavras - grande tradição na educação norte-americana. De repente, a menina torna-se centro das atenções desta família, também formada pela mãe, Miriam (Juliette Binoche), e o irmão mais velho, Aaron (Max Minghella, filho do diretor Anthony Minghella). Enquanto Eliza chega perto de vencer o campeonato nacional, a dinâmica da família muda.De repente, percebe-se que a base família estava estruturada como um castelo de cartas. Essa fragilidade está ligada, principalmente, à fé de cada um. De uma forma bela e delicada, Palavras de Amor mostra como cada um dos membros dessa família encontra uma forma de sentir o amor. Seja nas palavras, na fé, em outra pessoa ou em segredos inconfessáveis, cada um dos Naumann tem uma forma diferente de procurar a paz. A religiosidade permeia o filme de forma sutil, não como uma expressão doutrinadora ou opressiva, mas sim como uma forma de encontrar a paz, de sentir o amor. Com atuações tão contidas quanto cada um dos personagens, a produção aborda a procura de cada personagem de uma forma sensível. A forma como pai e filha procuram o amor e a paz por meio das palavras que lêem ou soletram é belíssima. Passando longe da pieguice, Palavras de Amor é um filme simples, inteligente e tocante.

Faixa etária 12 anos

1 comentários:

Anônimo,  5 de abril de 2009 às 17:53  

Só uma correção, a mãe era católica, mas ao se casar se converteu ao judaísmo.
A família é judía

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