Baseado em um dos livros mais famosos do autor Charles Dickens (1812 -1870), Oliver Twist é um filme emocionante e cativante, que trata do fenômeno da delinqüência provocada pelas condições precárias da sociedade inglesa da época.
A história retrata a vida de uma criança que tinha tudo para dar errado, mas que pela intervenção Divina encontra uma saída para vencer.
Após sofrer ao ponto de comer resto de comida de cachorro, Oliver encontra alguém que acredita no seu bom coração e resolve dár-lhe uma chance para ser bem mais do que, o que a dura sociedade o empurrava para ser.
Bom filme.
Bom fim de semana.
Sinopse:
Oliver Twist (Barney Clark) é um órfão entre as centenas que sofrem com a fome e o trabalho escravo na Inglaterra vitoriana. Vendido para um coveiro, ele sofre com a crueldade da família deste e acaba fugindo para Londres. Lá ele é recolhido das ruas por Artful Dodger (Harry Eden), um ladrão que o leva até Fagin (Ben Kingsley), um velho que comanda um exército de prostitutas e pequenos marginais. Quando Oliver conhece um bondoso homem em quem finalmente enxerga um possível pai, Fagin teme que ele denuncie seu esquema. Para evitar isso Fagin planeja um assalto à casa do rico Sr. Brownlow (Edward Hardwicke), o pai desejado por Oliver.
Filtros:
Não recomendado para menores de 14 anos.
Cenas de crianças fumando, consumindo bebidas alcoólicas e envolvidas em atos de delinquência.
Obra-prima literária de Charles Dickens, “Oliver Twist” já ganhou inúmeras adaptações para o cinema, sendo as que ganharam maior destaque: “Oliver Twist”, de David Lean, que concorreu ao Leão de Ouro do Festival de Veneza em 1948; e o musical “Oliver!” (1968), de Carol Reed (que ganhou o Oscar de melhor diretor pelo filme). Agora, em 2005, quando parecia que nada de novo poderia surgir em relação à obra de Dickens, Roman Polanski nos traz a versão definitiva da história, que ofusca todas as produções anteriores, inclusive às duas supracitadas. Oliver Twist (Barney Clark) é um órfão entre as centenas que sofrem com a fome e o trabalho escravo na Inglaterra vitoriana. Vendido para um coveiro, ele sofre com a crueldade da família deste, e acaba fugindo para Londres. Lá, ele é recolhido das ruas por Artful Dodger (Harry Eden), um ladrão que o leva até Fagin (Ben Kingsley), um velho que comanda um exército de prostitutas e pequenos marginais. Quando Oliver conhece um bondoso homem em quem finalmente enxerga um possível pai, Fagin não vai permitir que o garoto denuncie seu esquema, e ainda aproveitar para planejar um assalto a casa do rico Sr. Brownlow (Edward Hardwicke), o pai desejado por Oliver. Apesar de ser bem diferente de “O Pianista”, filme anterior de Polanski, muito em “Oliver Twist” nos remete ao mesmo. O sentimento de isolamento de Oliver na precária Londres lembra bastante a situação de solidão vivida pelo personagem de Adrien Brody no filme de 2002. Visualmente ambos os filmes também se parecem, até por que toda equipe técnica é a mesma. Com uma direção primorosa de Roman Polanski, “Oliver Twist” é, além de emocionante, tecnicamente perfeito. Não se surpreendam se o longa for indicado aos Oscars de Melhor Direção de Arte, Melhor Maquiagem, Melhor Direção de Fotografia etc. O filme conta ainda com uma belíssima trilha sonora. Deixando a parte técnica de lado vamos tratar do elenco. Todos os atores estão muito bem, tanto os adultos quanto as crianças, mas é impossível não destacar dois: Ben Kingsley, que debaixo de uma maquiagem espetacular está impecável, como sempre, na pele do maldoso Fagin; e Barney Clark, que encara com maestria a responsabilidade de estrelar um filme das proporções de “Oliver Twist” (orçado em US$ 60 milhões – o filme mais caro da carreira de Polanski). Barney Clark é Oliver Twist e Oliver Twist é Barney Clark. Dificilmente outro ator conseguirá se destacar interpretando o personagem depois de Clark. O expressionismo facial do astro mirim é um dos pontos altos da fita. Seus olhos quase sempre lacrimejando são de emocionar até o maior dos brutamontes. Não deixe de conferir a versão de Polanski de “Oliver Twist”, que é sem sombra de dúvida a mais bela e mais fiel ao romance de Dickens que já chegou ao cinema. Todas as adaptações anteriores eram basicamente filmes infantis, mesmo os que não o eram consistiam em filmes mais leves que este aqui. O filme de 2005 é o que mais se aproxima do livro no quesito sofrimento do personagem, mas o livro ainda é mais triste. A reconstituição da Londres vitoriana também é um dos destaques do filme. A miséria retratada de forma crua pelo renomado cineasta consegue chocar até nós brasileiros do século XXI, infelizmente acostumado a conviver com a pobreza de boa parte de nossa população.
Para terminar esta crítica, nada melhor do que a frase mais dita por Oliver no livro, e no filme: “Please, sir, I want some more” (Por favor, senhor, eu quero um pouco mais).
Lucas Salgado
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